Conselhos e apoio

Olá.

Somos dos Açores.

Por motivos de privacidade, não vou falar mais do que devo sobre a vida da minha namorada, que sofre ataques de pânicos.
Venho aqui, a pedir conselhos para ajudar a lidar melhor os ataques.

Desde da segunda, ela teve um ataque de pânico que ficou em casa a descansar. Tomou a medicamento receitada pelo especialista na clinica em carcavelos.

Hoje, deu outro ataque mais forte, que ficou com dores no corpo e novamente ficou em casa.

Ela, tem dias com estresse por causa de dois trabalhos.

Todos os dias, fica muito cansada e dorme mais de 8h.

Moramos numa casa, isolado no interior da ilha, onde é muito calmo e sossegado.

As minhas duvidas são:
Mesmo que tenha tido um ataque não muito forte, como o na segunda, será que passar todo o dia na cama faz ou não bem ? Na minha opinião, é que em de vez de estar todo o dia na cama, não deve estar a ajudar.

Ter alguém ao nosso lado serve mesmo para isso. Para os bons e maus momentos. E teres a preocupação de vires aqui tentar aprofundar os teus conhecimentos para melhor a poderes ajudar já revela muito da tua pessoa. Parabéns!
A nível pessoal, em relação aos ataques de pânico o que nos acontece é muito simples: quando temos algum, primeiro morremos de medo de voltar a ter outro e, como deves imaginar, na nossa cabeça, o sítio onde se deu o ataque de pânico fica automaticamente marcado com uma gigante cruz vermelha. Cada átomo do nosso corpo grita a plenos pulmões: NUNCA MAIS LÁ VOLTES, SE TE DEU UM ATAQUE DE PÂNICO ALI É BASTANTE PROVÁVEL QUE, A ACONTECER OUTRA VEZ, SE DÊ TAMBÉM NAQUELE SÍTIO! Assim, à medida que estes vão acontecendo, vamo-nos fechando cada vez mais e mais, com pavor de que possam acontecer em qualquer sítio, até que acabas por não querer sair mais de casa, o teu porto de abrigo, o único sítio que sabes ser 100% seguro. E com o tempo muitas pessoas, assim como me aconteceu, ficam literalmente sem mais conseguir sair de casa. Por isso, claro que a tens de a deixar descansar, mas depois quanto mais tempo passar fora de casa melhor. Apoia-a! Anda com ela pelas ruas, lojas, falar com pessoas, tenta com calma passar por onde lhe deu os ataques de pânico e, se vires que ela está a ficar, nalgum momento específico, mais nervosa que o normal chama todas as atenções para ti. Faz com que, naquele minuto ninguém olhe ou fale para ela ou, estando sozinhos, muda imediatamente o centro do foco, da conversa e da atenção dela, faz o pino, malabarismo, conta uma piada estúpida mas tenta de alguma forma bloquear o padrão de pensamento que se está ali a formar.
Passa por cá e vai descrevendo a situação que a malta vai tentando ajudandar. Tu a ela e nós a ti. Ninguém fica sozinho Força!

Ela teve o ataque à noite na cama. Por isso, não achei que ela tenha marcado negativamente o sitio onde tem dado ataques.

Será que devia, experimentar de mudar de quarto?

O sitio 100% seguro é a casa, mas, acho que ela devia era sair da cama, fazer coisas para manter ocupada, brincar com os cães ou estar no jardim ou fazer caminhadas.

Ou estou enganado? Era forçar mais?

Nesse caso, se calhar não deves martelar muito no assunto. Sabes, quando temos este tipo de problemas sentimo-nos incompreendidos. E temos aquele pensamento: 'lá vem este com estas conversas do que devo ou não fazer quando não faz a mínima ideia do que estou a sofrer ou a passar'. Por isso, e como tudo se passou em casa, talvez o melhor seja nem tocar muito no assunto. Não lhe dar muita importância, no sentido em que não se torne numa coisa quase omnipresente. Quanto mais lhe falares nisso mais presente vai estar na sua cabeça, menos relaxada vai conseguir ficar e mais tempo vai durar a sarar. Como disseste já foram a um especialista que já vos deve ter indicado um caminho. O conselho que te dou então é, sem mencionar diretamente o assunto, dizer-lhe repetidas vezes que estás com ela para o que der e vier, que vais estar sempre ao lado dela aconteça o que acontecer, que tudo é passageiro na vida, não nos devemos preocupar tanto com as coisas, devemos apenas viver e saborear o momento. Mostra-lhe o companheiro e o amigo que lhe és. E então sim, dizes-lhe: vou brincar com os cães, queres vir também? E vais quer ela diga sim ou não! Dizes-lhe: Vou fazer uma caminhada para espairecer, queres vir? E vais quer ela diga sim ou não. Etc etc.. Nunca a obrigues a nada porque acho que é pior. Deixa ser ela a ter a iniciativa de se levantar e te acompanhar
Penso que esta é forma correta de se endicar o caminho. Abraço e muita força.

O cansaço de todos os dias, pode ser associado com os ataques e dos nervos?

Olá,
Sim pode, stress, muito trabalho, podem levar a esgotamento e aumento de níveis de ansiedade e depressão.
O Mundo já disse tudo, só quem passa por isto sabe o que é. Apartir do momento que se tem o primeiro ataque de pânico, que é assustador, fica-se com medo do medo, e entra-se fácilmente em efeito bola de neve.

Não deves forçar, deixa-a descansar, ninguém gosta de ouvir conselhos nesses momentos do tipo deves-te mexer mais, fazer qualquer coisa, distrái-te, assim vais ficar pior,...

Ela pode também estar a entrar numa depressão, ansiedade pode levar a depressão e vice-versa. Aconselhava era a ida a um psicólogo para que ela possa desabafar e dar-lhe conselhos em como enfrentar este problema. É muito mais fácil desabafar com alguém desconhecido.
Dá-lhe todo o apoio possível que ela precisa.
As melhoras para ela!

Bom dia!
Alguém presente neste fórum, tem ataques de pânico noturnos?