O Acordar - a minha historia com comprimidos

Olá,

Já tenho feito alguns post aqui no forum em resposta a outras pessoas, mas não tive coragem de abrir logo um topico a contar a minha historia, porque acho que estava literalmente adormecida para os meus problemas e só agora é que acordei novamente. 

Comecei a ter problemas de ansiedade com 14 anos. Sempre fui uma pessoa ansiosa devido a educação que recebi em casa (um ambiente muito nervoso) e também devido a situações de bullying na escola. Aos 14 anos a coisa piorou porque tive que fazer a minha 1ª decisão importante que era escolher o curso do secundário que queria seguir. Foi um momento de muita ansiedade, porque sempre tive um problema com escolhas e quanto maior a escolha e maiores as suas implicações (neste caso a escolha iria influenciar directamente o meu futuro), mais nervosa fico. É engraçado que todos dizem que a solução para a felicidade é viver no presente, mas frequentemente somos obrigados (obrigados mesmo) pelo paradigma social a tomar escolhas a longo prazo. Por exemplo quando alguém escolhe um curso, está a comprometer no mínimo 3 anos da sua vida, como pode viver no presente quando tem que decidir acerca de um futuro incerto onde tudo pode acontecer?

Recorri então ao medico de família que me reencaminhou a uma pedopsiquiatra que me prescreveu cipralex. Eu não tomei porque não era simpatizante de medicamentos... Em vez disso, convenci os meus pais a deixarem-me ir a um médico-naturopata em Espinho, que tinha tomado conhecimento através da internet. Espinho fica bastante longe da minha casa, mas meti na cabeça que tinha que ir lá e fui. Fiquei surpreendida com o medico, ele receitou-me uns medicamentos fitoterapeuticos que no total em conjunto com a consulta ficaram por 200€...a situação económica da minha família na altura era ligeiramente melhor, no entanto depois complicou e como é óbvio não pude lá regressar. Entretanto comecei a tomar os medicamentos e atinei num curso e durante esse ano andei mais calma, principalmente porque a minha mente estava ocupada com coisas concretas, estudar para os testes, tinha o dia todo ocupado não tinha tempo para estar ansiosa. 

Um ano mais tarde voltei a ter um surto de ansiedade, geralmente estes "surtos depressivos-ansiosos" aconteciam-me em alturas que eu estava desocupada, principalmente nas ferias de verão. Fui novamente ao medico e ele receitou-me xanax 0,5mg + sertalina 50mg e reencaminhou-me para uma psicóloga no centro de saúde. Em simultâneo arranjei um psicólogo privado mas era também bastante longe da minha casa, pelo que só fui lá 3 vezes e depois não pude ir mais. Recusei-me veemente a tomar os comprimidos, apesar de toda a gente me chatear para o fazer: o psicólogo privado, a psicóloga publica, o medico, os meus pais, amigos de família que estavam a par da minha situação...Eu não queria, procurei alternativas e encontrei uma terapeuta próxima da minha área de residência que era psicóloga e aplicava técnicas de medicina tradicional chinesa. Só la fui uma vez, mas depois com o inicio das aulas estava tão farta da pressão de toda a gente que lá tomei os medicamentos e continuei com o acompanhamento na psicóloga publica (sempre achei perda de tempo, mas pronto fazia os meus pais felizes lol). Tomei os medicamentos por mais ou menos 6 meses e depois comecei a pensar no desmame, da sertalina foi relativamente fácil, do xanax tive que prolongar por mais 1 ano, mas aos 17 anos já estava "limpa" sem tomar nada. Fiz o desmame sozinha porque o medico receitou-me uma formula irracional: queria que eu fizesse o desmame em 15 dias lol enfim... Na altura, foi mais fácil porque 1º eu odiava aquilo, só tomei os medicamentos por imposição externa sempre a pensar "6 meses e depois deixo esta porcaria", nunca acreditei que em ajudassem, por isso apenas desenvolvi dependência física, não desenvolvi dependência psicológica e estava motivada a deixa-los...Não fiquei melhor no fim, até porque entretanto acabei o secundário e veio um novo momento de ansiedade ainda mais extrema em que tive que escolher o curso universitário. Mas dessa vez em vez de tomar medicamentos, peguei nas minhas poupanças e comecei a ir a terapeuta que tinha conhecido anteriormente. Claro, contra vontade da minha mãe que não acreditava nela e achava que eu era teimosa e tinha que fazer o que os médicos me mandavam (por isso tive que ser eu a pagar tudo ainda só com 17 anos). Ainda me levou a um neurologista privado que me receitou umas cenas (já nem sequer me lembro porque não o ouvi sequer lol) e me mandou falar com uma psiquiatra colega dele que trabalhava no mesmo consultório que ele, tive uma breve conversa com a psiquiatra que me pareceu bastante melhor do que as do publico, mas não queria tomar nada e não tomei. Em vez disso continuei com as consultas na terapeuta... Desisti do curso e fui trabalhar na mesma cidade onde era o consultório dessa terapeuta, por isso durante esse ano andei lá acompanhada. Foi o ano mais feliz da minha vida, quando digo as pessoas que o ano mais feliz da minha vida foi a trabalhar num call center com toda a instabilidade inerente, acham que estou maluca lol mas foi mesmo, porque tinha um bom ambiente em termos de colegas (como nunca tinha tido na escola), pude conhecer novas realidades, tinha o apoio da terapeuta, pude libertar-me de ideias pre-concebidas que tinha sobre mim e ser outra pessoa diferente e tinha um estimulo positivo devido aos discursos dessa terapeuta que me deu a conhecer uma nova realidade espiritual...

No entanto o plano sempre tinha sido "trabalhar 1 ano para pensar na vida e voltar a estudar", então voltei a candidatar-me para outro curso e sai do trabalho. Não tinha certeza nenhuma do curso que queria, mas estava convencida que tinha que tentar, na verdade nunca levei o call center a serio, porque já sabia que não ia durar muito tempo lá, já me tinham tentado despedir meses antes e sabia que era uma questão de tempo ate ser despedida como muito dos meus colegas, por isso achei mais promissor voltar a estudar e se as coisas não corressem bem procurava um novo trabalho ou mudava de curso no final do ano. Tive bolsa de estudo e consegui sustentar-me, para minha grande surpresa apesar de andar desmotivada por não ter a certeza que queria aquilo comecei a tirar boas notas, mas em simultâneo comecei a aperceber-me que estava infeliz que nunca tinha sonhado com aquilo e por outro lado comecei a ficar cada vez mais isolada. Não fiz grande amigos na faculdade e perdi o contacto com os do trabalho...No final do ano estava a pensar em mudar de curso, mas deparei-me com a situação que se mudasse poderia perder a bolsa de estudo. Bem, foi mais ou menos ai que as coisas começaram a correr mt mt mt mal... Com toda essa pressão do mudar ou não mudar, associada ao facto de estar completamente sozinha sem nenhum amparo nem apoio emocional (a minha terapeuta, um ano antes, semanas após eu ter deixado o trabalho quando ainda andava meia perdida a tentar adaptar-me ao novo ambiente da faculdade, aos novos horários, etc, chegou a conclusão que não me queria tratar mais porque "eu nunca quis ajuda"...pensando nas centenas de euros que gastei la nas consultas e nos produtos homeopáticos e fitoterapeuticos que me recomendava e que não fizeram propriamente nada por mim, acho extremamente injusta essa conclusão...se eu não queria ajuda porque fui lá gastar esse dinheiro todo quando podia simplesmente ir na conversa dos médicos e só ter que gastar 2€ numa caixa de xanax? achei ofensivo e fiquei bastante revoltada), sem amigos, sem familia, sem um projecto, sem metas e sem grandes recursos económicos, comecei a entrar num abismo e numa espiral extremamente depressiva. 

Sentia-me desesperada com a decisão que tinha que tomar e muito zangada com o mundo, zangada com as pessoas que me tinham abandonado (familia, amigos) zangada comigo também, comecei a tomar uns restos de xanax que tinham sobrado desde a ultima vez (o medico tinha-me dito para guardar e usar em situações de SOS apenas), ao inicio tomava apenas em SOS mesmo, mas depois comecei a perder completamente o controle, quando dei por ela estava a tomar todos os dias, por causa da questão dos cursos, houve dias em que simplesmente não me apetecia viver mais. Tanto era a minha raiva que me esqueci de todos os motivos pelos quais sempre fui contra comprimidos. Esqueci-me de todas as coisas más que eles me podiam fazer. Quer dizer, não sei se me esqueci, porque nunca achei que me fossem fazer bem. Acho que simplesmente aquilo que me impossibilitava de os tomar era o facto de ter medo que eles me magoassem, mas nessa altura, deixei de ter respeito por mim e queria mesmo magoar-me, por isso tanto me fazia o que é que eles me iam fazer, na verdade acreditava que ia morrer em breve. Acreditava veemente nisso, não via saídas nem grande futuro, nem vontade de continuar. Havia dias, em que simplesmente chegava a casa, fechava-me no meu quarto, pegava nos comprimidos e tomava como se fossem rebuçados... Se me perguntarem quantos tomava, não faço a mínima. Talvez 10, talvez mais...Não sei, misturei com alguns Valiums que a minha mãe tinha nem sei se estavam dentro do prazo de validade porque já lhe tinham sido prescritos há muito quando ela teve um problema de tensão muscular no pescoço, peguei neles e tomei todos, também com algum burfen o que tinha a mão...Não me lembro quantas vezes fiz isso é uma época muito obscura não me consigo lembrar de metade, talvez 2 ou 3 vezes, passava os dias todos a dormir, entretanto tinha-me inscrito no curso em que estava, ainda tentei mudar, mas não tive coragem, lá continuei porque não tinha nenhum plano, sei lá, estava drogada a maior parte do tempo, só tomava decisões impulsivas, não tinha o apoio de ninguém e não tinha consciência do que andava a fazer literalmente...Tudo isto deve ter acontecido em Set, Out, em Nov fiquei sem comprimidos e apanhei um choque sintomas de abstinência terríveis, tive que ir ao medico e ele la me passou mais para eu fazer o desmame, comecei a fazer 2 por dia, mas as coisas continuaram a correr mal...Como andei a dormir a maioria do semestre lol, na epoca de exames tive muito pouco tempo para estudar, por isso comecei a exagerar no xanax para me ajudar a estudar. Enfim, desde então até ao mês passado, basicamente estava adormecida, continuava com a ideia que tinha que morrer, já nem lutava por mais nada, os dias eram-me indiferentes. Ia renovando a receita de xanax, deslocava-me ao centro de saúde deixava um pedido e o medico passava-me sem me ver sequer, nos dias bons tomava 1 ou 2, nos dias maus tomava o que me apetecesse, podia ser 2 ou 3 ou 5 ou 7, sei lá, quando me davam ataques de raiva, ou quando não conseguia lidar com os problemas pegava na caixa e ia tomando até ficar cheia de sono e adormecer não queria viver a realidade, se porventura daí resultasse a minha morte, olha fixe não tinha que acordar, era assim que pensava. 
Por causa de todas essas oscilações, é difícil para mim saber em que patamar estou. A maioria dos dias tomava apenas 2, mas havia épocas mas em que exagerava a sério e tomava muito mais do que isso em determinados dias.

Não estava mesmo consciente da realidade, estava convencida que tinha que morrer, repetia para mim isso antes de adormecer, mas nunca tive coragem de o fazer, ainda dizem que o xanax pode ser fatal, para mim era frustantemente seguro nessas alturas lol Suponho que a industria não quer pacientes mortos, quer pacientes viciados, não é? lol Durante essa época andava sempre zangada e cheia de raiva, perdi toda a minha abertura espiritual que tinha ganho, isolei-me das pessoas, tinha atitudes bastante agressivas e afastei com isso algumas pessoas, comecei a ter comportamentos impulsivos principalmente quando era para tomar decisões, bolas ate as minhas opiniões politicas e forma de ver o mundo mudaram. lol Como é óbvio entrei numa espiral depressiva: quanto mais xanax tomava mais deprimida ficava, porque não estava a tomar mais nada, ficava com esses pensamentos suicidas mais acentuados e tomava mais xanax e assim sucessivamente. Deixei completamente de querer viver, apesar de viver com os meus pais, ninguém me ajudava. Deixei de ter possibilidade de ir a psicólogos privados e como já disse noutros tópicos não acredito na eficácia dos públicos, devido as minhas experiências, agora sou muito descrente em relação á psiquiatria/psicologia, e ao passo que dantes andava sempre a procura de alternativas (homeopatia, fitoterapia, reiki, suplementos, etc), deixei de querer saber disso porque tomei tantos, gastei tanto dinheiro e nada fez efeito. Senti-me zangada com isso também.

Só para verem, na ultima época de exames que tive e acabou em Julho fiz uma mutilação completa do meu corpo com químicos. Em certos dias, tomava mais xanax que o normal para me concentrar e ajudava, mas depois ficava com sono, por isso pegava em chávenas gigantes de café e tomava, como andava com gripe ainda meti paracetamol e burfen, à medida que as semanas avançaram comecei a ficar com dores de barriga horríveis, dias seguidos de obstipação e depois diarreias horríveis. Já nem sei se era os medicamentos ou a ansiedade, acordava a meio da noite cheia de dores, não dormia nada (o calor não ajudava), então enchia-me de paracetamol para me anestesiar e conseguir estudar. Estudava das 8h da manha ate as 22h, 23h, nao fazia mais nada, comia mal (basicamente andei novamente desleixada o semestre todo e acumulou muita matéria, por isso tive que fazer horas extras para conseguir estudar tudo e digamos que não é assim muito fácil)... Cheguei ao fim completamente esgotada e completamente perdida, vá la pelo menos não só passei a tudo como este ano apesar de andar completamente perdida, consegui a proeza de ainda ter melhores notas que o ano passado e subir a média (lol estas coisas surreais só me acontecem a mim)...

Bem, cheguei ao fim e comecei a pensar? E agora? Continuo viva, continuo nisto, o que vou fazer? Marquei consulta na medica de família, que entretanto mudou (o meu medico foi reencaminhado para outro centro de saúde e esta veio substitui-lo). A medica é mais nova do que o meu medico antigo, tem uma mente mais aberta, portanto olhou para mim e chegou a conclusão que eu estava com um grave problema de dependência de benzos (no dia anterior tinha tido um daqueles meus surtos em que tomei ai uns 5 ou 6 xanax por isso na consulta estava meia a dormir, não era difícil para ela perceber lol). O que ela quer é tirar-me das benzos e também me receitou umas ampolas para estimular o cérebro (Forticol) e o mesmo antidepressivo que tomei anteriormente (Sertalina 50mg). Quer que eu comece a ajustar a dose de xanax a 2 por dia, para depois deixar e disse que eu tinha que fazer o antidepressivo por 1 ano. Isso foi há duas semanas atrás, desde então, tenho tomado sempre 2 xanax/dia e comecei com a sertalina e ampolas. Encontrei este forum e de repente comecei a lembrar-me de tudo aquilo que achava de comprimidos e comecei a pensar "oh god, o que é que fiz?"...Sinto-me um lixo, o que é que me distingue de um toxicodependente viciado em heroína? Estou a começar a acordar. Ate aqui não admitia que tinha um problema porque estava tão fixada na ideia de morte, que não enfrentava a ideia que estava viva. Mas estou e agora estou dependente de xanax. O problema é que agora ao contrario de anteriormente a minha dependência não é apenas física...Enquanto que dantes tomei porque me obrigaram e estava ansiosa por deixar, desta vez tomei por iniciativa própria e comecei a desenvolver dependência psicológica do género qualquer coisa corre mal, o meu instinto é ir ao quarto e pegar no xanax..Alem disso agora não tenho apoio absolutamente nenhum, tenho poucos fundos económicos para soluções alternativas que são caras, e continuo perdida em relação ao meu futuro, só queria desaparecer tirar umas ferias, emigrar para alguns países e conhecer o mundo, abrir os olhos a novas realidades. Estou principalmente assustada porque tenho medo de não conseguir deixar o xanax... Tenho tido sintomas bastante maus: tonturas, dores de barriga, enjoos, falta de apetite, acordo completamente arrasada como se tivesse sido atropelada por um camião, sinto que tenho uma espécie de nuvem no meu cérebro tenho dificuldades em me concentrar e ler um texto inteiro por exemplo, esqueço-me das coisas, tenho dificuldades de memória...Ando mesmo a sentir-me muito mal nas ultimas semanas. Não sei a razão: pode ser as sequelas de todo aquele infeliz cocktail de medicamentos que andei a tomar em Junho e Julho, pode ser o facto de agora ter ajustado a dose do xanax para apenas 2 por dia, ou então pode ser efeitos adversos da sertalina visto que ainda estou no período em que o meu corpo se está a adaptar, até já pensei que posso ter algum parasita intestinal por causa de todos sintomas gastro-intestinais que tive mas o mais provavel é que eles sejam devidos aos comprimidos. Faço exercicio (costumo caminhar apesar de nos ultimos dias nao ter vontade) mas não tenho comido nada de jeito, por isso e possivel que isso também não ajude nada. Ah e para complicar tenho hipotiroidismo, tomo Eutirox 100mg e li no folheto informativo do Eutirox que a sertalina pode ter efeitos adversos e no da sertalina que ela pode fazer diminuir os níveis das hormonas tiroideias...LOL que ironia... La no folheto diz para tomar eutirox pelo menos 2h antes da sertalina, por isso tenho feito isso, mesmo assim não sei se me vai influenciar, de qualquer dos modos ando acompanhada por uma endocrinologista e em breve terei que fazer as minhas analises semestrais para ver como estão os valores das hormonas, por isso saberei. 

Não sei o que fazer, será que se esperar, isto passa? A minha médica quer-me acompanhar com frequência por isso marcou-me uma consulta para o fim deste mês (finalmente uma médica em condições, será que me saiu o totoloto medico? veremos lol). Por um lado penso que faço bem em tomar a sertalina (o facto de ter tomado anteriormente e de depois ter sido relativamente facil em deixar deu-me mais confiança) porque de facto sinto-me bastante deprimida e sei que se continuar a tomar apenas xanax vou ficar ainda mais, por isso se calhar como a minha depressão foi acentuada quimicamente devido ao xanax, preciso de algo quimico para ajustar e para assim conseguir desmamar o xanax. Por outro lado penso "mas que raio, estas a tentar ver-te livre de uma dependência tomando outros comprimidos nos quais podes ficar dependentes? não era melhor fazer apenas o desmame do xanax?"... Tenho também medo de não conseguir fazer o desmame do xanax, de continuar a ter estes sintomas horriveis e que ele tenha provocado danos permanentes nas minhas capacidades cognitivas  E claro de não conseguir aguentar todos os meus problemas e voltar a ter um dos meus belos surtos. O ano lectivo está quase a começar e não sinto vontade nenhuma de voltar ao curso, sinto que me estou a enganar e sinto uma culpa indescritivel porque tive hipótese de escolher outro curso (visto que os meus pais se estão a marimbar e não me obrigaram a escolher nada) e optei por esta via, estando agora presa pelo facto que se mudar perco a bolsa e se perder a bolsa deixo de puder estudar. Como tenho uma boa média no curso em que tenho andado, isso dificulta deixar este projecto...se estivesse a correr mal, se calhar já tinha mudado logo ao fim de 1 ano...Por outro lado com todos os sintomas maus que ando a ter agora, vai ser um pesadelo estudar, mas nao tenho muitas mais soluções, pelo menos continuando no curso, ainda vou tendo bolsa, se deixar, fico sem rendimentos (até encontrar um emprego, mas toda a gente sabe como andam as coisas, não é?).

Para quem consegui ler o meu "Novo Testamento" até ao fim lol, o que acham?

Grande história a tua...
O desmame vais conseguir fazer na mesma...basta quereres...
Olha para o que conseguiste ate hoje...
Força não desistas...

É grande porque eu escrevo muito, os professores sempre me odiaram desde o secundário por causa disso LOL 

Obrigada. Espero conseguir, mas tenho algum medo porque desta vez tomei doses mais elevadas e continuo com problemas que não sei se conseguir enfrentar sem voltar a ter a recaída e voltar a ter aqueles pensamentos negativos em que a única saída que via era a morte. O mais triste é que aqui por causa eu sou das pessoas mais positivas lol, mas por vezes em certas situações quando estou sob pressão tenho dificuldade em minimizar os problemas e acabo por não conseguir manter o pensamento positivo, até porque não tenho estimulos para tal, só vejo coisas negativas à minha volta. 

Antes de começar a reduzir mais, gostava de estabilizar e que este sintomas que tenho tido acabassem...Como comecei a tomar o antidepressivo, não sei se os sintomas são devido a ele ou a redução da dose do xanax. sempre tive oscilações na dose em que tomava, é dificil saber qual a dose a que o meu corpo está realmente habituado, mas vou-me ficar por 2 xanax 0,5mg/dia, até porque a médica é má  Agora anda em cima de mim e só me receitou uma caixa para 1 mes lol E ainda me perguntou se eu comprava xanax em farmacias sem ser com as receitas médicas, nem sabia que isso era possivel sequer.

Não é por escreveres muito, é realmente uma grande história. Obrigado por compartilhares.

hum, não me tinha apercebido disso. de nada

Escreve a vontade...
Muitas vezes somos mais otimistas para os outros do que para nós próprios...

grande história.

Estabelece objectivos.

A medicação eventualmente vai trazer-te algum tempo de qualidade de vida.
MAs lembra-te que será por pouco tempo.

Tens problemas de ansiedade, quer sejam físicos, quer sejam genéticos, quer sejam psicológicos, tens de os tratar.

Falas em hipotiroidismo, pode ser daí, ou não. como tomaste medicação muito nova, enquanto o teu cérebro estava em desenvolvimento, poderás, como eu, ter algumas dificuldades em largar a medicação, mas é possível. Se vale a pena, vale, mas pode ser muito complicado, mesmo.

A minha sugestão e não passa disso mesmo é seguires o esquema que está no seguinte site e passares para diazepam, dizem eles que é mais fácil.
http://www.non-benzodiazepines.org.uk/alprazolam.html

Muita força.

Brick, desde já obrigado. 


Isso foi um dos pontos que me fez impressão na altura de tomar a medicação: o facto de ser ainda nova. Alias eu lia no folheto que não era recomendado tomar alprazolam para menores de 18 anos a não ser sob indicação médica, mas já se sabe que ninguém liga a isso. A primeira coisa que pensei era que isso poderia influenciar o crescimento do meu cerebro... 
Por outro lado, nao sei ate que ponto o hipotiroidismo foi provocado pela sertalina. Foi-me diagnostico 1 ano e tal após ter deixado esse medicamento sendo que inicialmente a meu ver era hipotiroidismo subclinico (basicamente as hormonas da tiroide ainda estavam nos limites normais mas a TSH estava superior a um valor que é considerado a "barreira" que justifica tomar medicamentos), só agora é que reparei que um dos efeitos secundários era diminuição das hormonas tiroideias. Um dos sintomas do hipotiroidismo é cansaço, no entanto eu tinha ansiedade que era despoletada por determinados factores da minha realidade. Ao contrário de muitos casos aqui, a minha ansiedade não aparece do nada, tem uma razão concreta e só surge em determinadas alturas. 
Isso leva-me a pensar que é mesmo psicologica, porventura pode ser genética, mas acredito que se tivesse crescido num ambiente calmo não a manifestava. Como andei a alterar o meu sistema com quimicos é possivel que passe a ter uma ansiedade fisica na fase de desmame... 

Já estive a ver esse esquema e a tentar adaptar é que no meu caso não tomo 4mg mas sim 1mg. Agora que vejo isso, não percebo porque é que na altura não me receitaram Valium. Tem um tempo de meia vida maior que o xanax e pelos vistos não é tão forte... E ainda há outros com tempos de meia vida superiores que não são nem de perto tão famosos, sei que há muitas benzos diferentes mas nunca tinha ouvido falar. 

Será que se eu passar assim de repente de xanax para valium ou outra benzo em quantidades equivalentes, não vou sentir sintomas de rebound? À partida o mecanismo de acção é igual, mas o que sabem eles: inventam os medicamentos poem-nos a venda, mas não sabem explicar ao detalhe o mecanismo bioquimico de actuação.

Tenho um pouco de medo dos sintomas que vou sentir no desmame e que eles se prolonguem demasiado no tempo. E também medo de uma recaída, numa queda na minha motivação. Usei os medicamentos como forma de compensação por não ter apoio, a verdade é que continuo a não ter e ultimamente tenho andado arrasada, mal consigo pensar nas coisas... Significa que o problema vai continuar lá. Tenho esperança que o antidepressivo seja mais util que o xanax foi... 

mrbombas, obrigado. 

Sim é mais facil ser positivo para os outros. Mas não é so isso, o tempo que passei na minha terapeuta e no trabalho ajudou-me a mudar um pouco o mindset que aprendi ao crescer. Os meus familiares sao muito stressados e apocalípticos, e aprendi a relativizar a importancia das coisas, no entanto nem sempre consigo aplicar isso, requer um grande controlo de emoções e em determinados momentos em que estou sob pressão fico descontrolada. Sou tão esquisita que passo dias a pensar em tomar determinadas decisões, mas depois chega a hora e tomo a decisão oposta aquela em que pensei lol Fico estupefacta com as asneiras que faço quando analiso em retrospectiva, depois fico a culpabilizar-me por dias, porque me foi incutido esse espirito de culpa. Acho que vou ter de parar com isso de algum modo...O xanax ajudava a não sentir culpa, quando se dorme nao se sente culpa lol

Sinto-me prestes a ter uma recaída. Ontem só consegui adormecer por volta das 4h30 da manhã e hoje acordei sobressaltada. Só para me conseguir acalmar e dormir mais um pouco tive que tomar dois xanax. Senti novamente vontade de tomar mais. Aquele sentimento de sufoco, de preocupação com o futuro, de sentir que não há futuro e que por isso mais valia tomar a caixa inteira agora e acabar com tudo...

A ansiedade tem regressado por causa da pressão das escolhas. Sinto-me aterrorizada por ter que fazer escolhas, tomar decisões, tenho imenso medo de errar, sinto-me extremamente culpada por tudo o que faço. Tenho medo que se errar posso ficar perdida, perder o meu suporte economico ficar dependente dos meus pais e presa em casa, sozinha, o sentimento paralisa-me. Sinto-me fraca por não conseguir levantar-me e lutar, estou sempre cansada a pensar que nunca vou conseguir sair da posição onde estou...E o sentimento é exarcebado pelo facto de não ter ninguém com quem falar. Todos os meus amigos me viraram costas, recentemente perdi contacto com um que era importante para mim o que me deixou bastante abalada. 
Ainda por cim para piorar, nos ultimos 3 ou 4 dias tenho andado cheia de dores de barriga e diarreia, não sei se é a ansiedade que provoca estes sintomas ou se são estes sintomas que provocam ansiedade, a verdade é que quando os tenho sinto como se o meu intestino estivesse ele próprio ansioso lol E fico também mais ansiosa. 

Só me consegui levantar agora, apesar de ja estar acordada há horas, não me apetece levantar, isso significa ter que confrontar a realidade. Sinto-me sem capacidade para tal...sinto-me fraca e sem valor

Esta tem sido a musica que melhor descreve o que sinto: https://www.youtube.com/watch?v=0pvR6IyxjpY (lol clip de American Dad ignorem e o unico video que encontro com a musica)
"If I forget to set the alarm and sleep on through the dawn don't remind me, I'd rather be dreaming of someone than living alone"

Olá Heavenhell.
Percebo-te perfeitamente porque já passei pelo mesmo (e ainda mas em menor grau). As palavras que te posso dizer é que tenhas muita força de vontade para superar isso. Essa força só podes conseguir se arranjares as ferramentas certas. Primeiro tens que interiorizar que tu e a tua mente são duas coisas distintas. Neste momento quem te comanda é a tua mente com uma sucessão de pensamentos negativos que depois resultam em emoções e sentimentos de mau estar. Existem formas de aos poucos amansarmos a nossa mente, fazer com que ela se submeta à nossa vontade. Não digo que seja fácil, isto no sentido de rápido. Mas aos poucos os resultados começam a surgir. Para isso é necessário um trabalho diário de persistência, disciplina, vontade e acreditar nos resultados. O que te vou dizer para fazeres está há algum certo tempo comprovado cientificamente e atualmente já vai fazendo parte da receita dos psicólogos.
Estou a referir-me à yoga mas mais concretamente à meditação. Meditar é muito simples. Aconselho a leres o livro "A Arte da Meditação - Porquê Meditar? Sobre Quê? Como?
de Matthieu Ricard " de Matthieu Ricard
O outro livro é " O Poder do Agora de Eckhart Tolle. Este é muito bom para nos dar a conhecer a natureza da nossa mente, numa linguagem simples e acessível.

Nestes links poderás fazer o download de uma forma diferente de meditação que eu considero muito bom. Podes consultar o site dele para teres uma ideia de como é. Ele chama-se Peter Russell.

MEDITAÇÃO FÁCIL E SEM ESFORÇO 1ª parte - Being Present (guiada)

http://snk.to/f-ctier3ic

MEDITAÇÃO FÁCIL E SEM ESFORÇO 2ª parte - Letting Go (guiada)

http://snk.to/f-chn3qhuv

MEDITAÇÃO FÁCIL E SEM ESFORÇO 3ª parte - The Natural Mind (guiada)

http://snk.to/f-c7unlzxg

MEDITAÇÃO FÁCIL E SEM ESFORÇO 4ª parte - Guidance from Within (guiada)

http://snk.to/f-chjieucd

MEDITAÇÃO FÁCIL E SEM ESFORÇO 5ª parte - NonDual Mindfullness (guiada)

http://snk.to/f-c7cjsx1b

Temos que nos agarrar a ferramentas porque os medicamentos não vão resolver nada. Somente a mudança em nós nos pode "curar" de modo definitivo.

Fica bem

Vítor

Ola Vitor, desde ja obrigado. 

Vou ver os links e ver se consigo fazer alguma coisa.

 Por acaso tenho andado a ver se encontro qualquer coisa na net sobre programação mental. Basicamente uma vez li um livro que era um método de emagrecimento em que o autor achava que se tinha que convencer a mente a emagrecer, o livro vinha acompanhado com um CD em que ele dizia uma série de palavras para reprogramar os pensamentos negativos e dar motivação as pessoas, quase como que hipnose. 
Pergunto-me se não existirá uma coisa do género para ansiedades e medos...Não sei se funciona mas dizem que quando estamos a dormir o nosso consciente está menos alerta por isso se ouvirmos essas coisas, elas conseguem penetrar no nosso inconsciente. Não sei se tem fundamento cientifico mas é interessante. 

Eu sempre tive dificuldades em meditar, estou sempre a pensar em coisas, tenho que estar sempre a fazer alguma coisa, a programar, a ler, a ver documentários, a fazer planos, etc... Até quando fazia reiki, tinha dificuldades em não pensar em coisas...Tenho dificuldade de desligar a minha mente basicamente. E sempre que tentava meditar, ao fim de uns dias desistia, não conseguia levar até ao fim... Sou pouco disciplinada e estou sempre a ser "envenenada" por pensamentos mundanos, politica, economia, coisas do homem...Isso afasta-me do descanso espiritual, mas não consigo evitar. Tenho reparado também que ultimamente tenho tido dificuldades em me abstrair. Dantes conseguia ter mais experiencias espirituais. Neste momento parece que a minha mente se fechou... Por exemplo um video que puseram aqui: http://dotsub.com/view/15f0467f-d351-4224-acf5-df3f2ba9d5a0#.UU3Nr1yiIBW.gmail... 
Quando o vi gostei, mas não consigo percebe-lo...Dantes perdia mais tempo a avaliar essas coisas filosóficas, até tentava as vezes escrever poemas, mas agora simplesmente não consigo. Acho que se calhar fiquei muito algemada ao mundo e os medicamentos provavelmente fecharam a minha mente, puseram-na a dormir. 

Acho que estou tão presa as escolhas que tenho que tomar, aos dilemas, que não consigo ver mais nada a frente, só consigo ver isso. E ando constantemente preocupada com isso. Não me consigo divertir com pessoas, sair, ter planos diferentes. Até perco interesse nos meus hobbies habituais.

 Gostava de facto de uma mudança, mas por algum motivo não consigo. Todos parecem conseguir, mas eu estou sempre presa no mesmo ciclo... Sempre achei que conhecia os meus problemas, mas se calhar não conheço assim tão bem ou estou em negação de alguns. 

Vou tentar encontrar esses livros em versão pdf na net.. Obrigado 


Já agora, quando dizes que passaste pelo mesmo referes-te ao facto de teres dificuldade em tomar decisões ou de teres vontade de recorrer aos comprimidos para evitar lidar com os problemas?

Quando disse que passei (ainda não estou completamente livre) pelo mesmo referi-me aos pensamentos. Aliás é o problema de todos: excesso de pensamentos negativos e até mesmo de pensamentos seja de que natureza forem. Os pensamentos são um vício que temos há muito tempo; refiro-me a pensamentos automáticos sem a consciência e controlo dos mesmos. A cereja no bolo é nós termos consciência e controlo dos pensamentos. A natureza da mente é pensar, sem dúvida! Mas nós ( O SELF) DEVERÁ ESTAR PRESENTE nos pensamentos ou seja eu saber o que estou pensando e não o contrário dar por mim quando já estou a pensar. A mente tem que se tornar o nosso instrumento e não o contrário, como disse no post anterior. E não te preocupes por não conseguires meditar. Um minuto transforma-se em 2, 2 em 4 e por aí fora. Meditar mais não é do que aquietar a mente e para isso basta dirigirmos a mente para um único ponto de atenção, por exemplo a respiração. Ouve aqueles mp3 dos links que te enviei.
Para nos livrarmos deste problema para sempre tem que haver uma mudança em nós, no nosso ser, na nossa personalidade, no nosso carácter. Para isso acontecer temos que arranjar as ferramentas.
Esse vídeo fui eu que coloquei. Se não percebes, faz pausas enquanto estás a ver e tira apontamentos e depois refletes palavra a palavra sobre o que escreveste. Vai devagar com método, disciplina, força de vontade e persistência, porque os frutos do teu trabalho acabam por surgir quase sem dares por isso. Tu e a tua mente são dois.

Concordo. Já tinha tido contacto com essa filosofia de vida e tentei aplica-la, no entanto desde há um para cá, a minha vida passou a não existir simplesmente. Esqueci-me completamente desses ensinamentos. Sempre tive dificuldade em os seguir, porque há sempre um conflito entre essa forma de paz de espirito e o quotidiano. 

Na nossa vida, mesmo que queiramos aplicar esses ensinamentos sofremos sempre pressões externas, pressões para estudar para testes e ter boas notas, depois pressão para ir para a universidade, pressão para arranjar um trabalho, pressão para pagar as contas todas, pressão para casar e ter filhos... Como disseste noutro topico, a ansiedade e depressão são filhos do estilo de vida ocidental. 

A questão é: será que esses ensinamentos são de facto aplicaveis ao nosso estilo de vida ou para os aplicar na totalidade temos que deixar tudo para trás? E será que são aplicaveis a todas pessoas? Pensemos nas pessoas que mal tem dinheiro para comer ou para pagar as contas, será que conseguem na mesma ter paz de espirito com toda essa pressão? 

Este filme principalmente na parte inicial é interessante porque explica as doenças da nossa sociedade actual: https://www.youtube.com/watch?v=pET11zUJYi4

Quanto ao video, percebo o ingles, a mensagem é que não consegui assimilar bem... Mas posso tentar fazer isso... Na verdade não tenho nada a perder, pior do que estou não me parece que vá ficar se aplicar isso lol Talvez assim consiga encontrar mais força e começar a ouvir mais a intuição, não ouvi até agora e isso trouxe-me problemas.

Melhorar a nossa personalidade e controlar melhor a nossa mente só nos vai ajudar a superar com uma perspetiva mais positiva todos nos negativismos do mundo ocidental.

Todos temos experiências diferentes, e falar delas é enriquecedor, eu que sou absolutamente contra tomar medicamentos, por tomar medicamentos, volto a repetir, eu que sou absolutamente contra  (visceralmente contra) tomar medicamentos por tomar medicamentos, acho que há duas etapas para curar isso que descreves  e sentes (e só os que passaram por essa situação, compreendem na plenitude) : 1ª estabilizar com medicamentos, 2ª usar a "dita" força de vontade e correlativos. Heaven, eu procurei todas as alternativas e até me sentia fragilizado por não conseguir ultrapassar (sem medicação) e ouvir o bla, bla, bla, bla.  Mas eu sou um caso, não sou médico, nem terapeuta, nem "expert", estou na tua "luta",  acredito que outros consigam ultrapassar a 1ª etapa, mas não são super, nem heróis, são humanos, demasiado humanos, como todos nós. Acredito que te sintas confusa, porque começaste por tomar medicamentos como quem come rebuçados e "voilá" passaste para o campo da abstinência .  Um beijinho, vais conseguir, mas é uma "luta" para a vida, eu estou nessa "luta" e podes crer que todos esses sintomas, que sentes, não são transcendentais (e eu sou profundamente religioso, no sentido muito, muito amplo desta palavra) fazem, simplesmente, parte da "cartografia" do problema .

Olá, ousadia. Obrigado

Sim eu também tentei várias alternativas. O primeiro tratamento a sério que fiz nem foi comprimidos de farmacia, foi mesmo medicamentos fitoterapeuticos. Consultei um naturopata que era médico de formação e tinha uma boa reputação. Depois disso tentei vários medicamentos homeopaticos, outros à base de plantas, fiz acupunctura, reiki, tentei ler livros de auto-ajuda... De facto nessa altura estava melhor, mas tinha outra vida.

Neste momento estou pior, e agora preciso mesmo de tomar medicamentos por me viciei neles e não consigo deixar de um dia para o outro. Estou a tentar faze-lo, não sei como vou estar no fim. Actualmente sinto-me no geral melhor em comparação com o ano passado. Mas acredito que os medicamentos não são a cura a longo prazo, ajudam a estabilizar em doses terapeuticas, mas não era isso que eu tenho vindo feito até agora... Basicamente não lidava com o problema, não reconhecia a necessidade de mudança, usava os comprimidos para poder fugir das coisas. 
 A causa da minha depressão e das minhas ansiedades é definida. Não tenho ataques de panico assim do nada, está relacionado com o meu estilo de vida, por isso concordo com a teoria do Vitor que temos que ser nós a curar e a mudar a nossa personalidade.

Mas é bastante dificil. Também me senti falhada, principalmente porque andava numa terapeuta que era psicologa e me aplicava tecnicas de reiki e acupunctura, explicava-me esses principios e depois no fim disse-me que já não me queria tratar mais porque eu não queria ser ajudada. Conseguia ajudar toda a gente menos eu, e a culpa era minha... Quando na verdade eu acreditava naquilo que ela me ensinava, e já me tinha ajudado a mudar a maneira como eu pensava, simplesmente não conseguia aplicar no total, porque tinha outros factores a minha volta. Na altura fiquei a sentir-me falhada também e comecei a pensar que era tudo treta... Isso contribuiu para que eu deixasse de prestar atenção a esses assuntos.

Continuo a achar que a atitude da terapeuta foi má, senti que me virou as costas. Mas agora que estou "a acordar", compreendo que o que ela me ensinou que é o mesmo que o Vitor escreveu é o melhor caminho. Falta-me estimulos positivos e voltar a acreditar em alguma coisa. 
Acho que a meditação deve ser uma questão de habito, por isso vou tentar inserir isso na minha vida... E sim é uma luta para a vida. Na verdade toda a gente tem que lutar a vida toda, só que alguns não se apercebem. 

Obrigado e boa sorte também para ti 

Desculpa estava a fazer algumas modificações no meu tópico ( porque eu sou demasiado criterioso quando estou a falar de coisas humanas, demasiado humanas )e tu enviaste uma resposta, mas no essencial o texto é igual ao original.

Já vi as alterações... Também estás a tomar alguns medicamentos ou a tentar fazer o desmame actualmente?

Cada caso é um caso, tenho duas "facetas" muito boas : 1- os medicamentos atuam   ; 2- não ganho dependência (o que quero dizer com isto, faço o "desmame" com alguma facilidade). Atualmente tomo um anti depressivo e um ansiolítico  , um estilo de vida saudável e organização q.b. Por falar em organização, vou dormir que está na hora

Es uma grande lutadora :-)

Hoje ouvi finalmente um daqueles videos de meditação que o Vitor recomendou, o Being Present, mas pelos vistos fiquei tão calma que adormeci a meio...Não sei se isso é bom sinal ou não...lol 

Fi-lo porque tenho que enfrentar uma coisa que me provoca grande ansiedade. Passei estas férias em reclusão em casa, que por um lado é aborrecido, mas por outro lado deu para conseguir relaxar, fazer aquilo que me apetecer, não ter grande agitação e acima de tudo dormir em condições. Visto que comecei recentemente a tomar comprimidos e comecei a descer a dose de xanax, acho que foi util estar em casa nesta altura porque assim consegui lidar com os efeitos adversos...Além disso permitiu-me reflectir sobre várias coisas...

Mas agora chegou a altura de voltar ao mundo real, e sinto-me um pouco alienada. Quando estou em casa na minha zona de conforto, imagino as coisas de uma forma, é tudo fácil, mas depois quando chega a altura de as fazer é sempre mais dificil. Começa a vir o cansaço, pressões de vários lados... Ainda para mais sinto que não estou no caminho certo e sinto uma enorme culpa porque fui eu a responsável por ter errado e continuo a não ter força para mudar. 
Espero conseguir arranjar força para enfrentar isto. Da ultima vez que tive que passar por isso nao correu nada bem, foi na altura em que me encharquei com xanax. Não convinha nesta altura ter um set-back desses no desmame... Não sei onde vou buscar a força sinceramente. Será que ela irá aparecer?

Olá Heavenhell

Ficar calma é bom sinal, significa que a mente está mais agitada. Mas o deixar dormir também pode ter a ver com os medicamentos. O ideal é não se deixar dormir na meditação. O título diz isso mesmo "Being Present", estar presente em nós, sem simultâneo sermos o observador e o observado. Quando acontecer sentires uma certa sonolência muda por um pouco para uma posição mais rígida, por exemplo erguer mais a cabeça.
Mas por acaso não estavas deitada, pois não?   

Estava, era essa a posição mais confortavel para mim lol... Mas estava desanimada e já estava a pensar em ir tomar xanax, nao estava a conseguir parar quieta não me apetecia fazer nada, lembrei-me de ouvir o video...Pelo menos assim acalmei. 
Já nao é a primeira vez que adormeço a fazer coisas, noutro dia adormeci no chão depois de fazer abdominais LOL 

Mas por acaso quando faço sestas a tarde, o que é raro, depois quando acordo fico a sentir-me melhor o resto do dia. 

Mas é suposto estar sentada então? 
Eu tenho esperança que aquilo que o homem disse quando eu estava a dormir, tenha ficado no meu inconsciente LOL

Heavenhell, nesta tua "fase" é preciso ver o problema no todo : idade, situação profissional, situação sócio económica e cultural, ponto. E por isso temos que ter muito cuidado com as experiências e os replay que nos dão. Daí que o acompanhamento por um bom profissional seja outro ponto essencial, pois ele vê o panorama geral. Desculpa falar de coração aberto contigo, mas tenho que te dizer duas coisas : 1ª és uma jovem cheia de potencialidade e insight ; 2ª estás na fase em que podes dar a volta à tua vida (volto a repetir, podes dar a volta à tua vida : tens o ás de copas, de paus de ouros e de espadas e uma série de trunfos  ) . Verifico  que andas num turbilhão de ideias e que consequentemente seguir um rumo assertivo vai ser difícil. Vais verificar durante a tua vida que existem milhares de ideias, de soluções , de "verdades" e nós nesse imenso mar de interesses, confusões e alienações temos que escolher. Tu se continuas nessa indefinição, com esses papões e tigres de papel, com esses montões de ideias e contra ideias, vais continuar e continuar e continuar. Mas eu vejo que tens potencial para refletir, pensar, estudar a história e as estórias, analisar exemplos e conseguir sair ( da depressão ?, da ansiedadade?, da distimia?, dos ataques de pânico?, ou simplesmente de uma má fase,  não sou profissional de saúde mental para poder fazer-te um diagnóstico).O que posso dizer é que também passei pelas indefinições e por todas as possíveis e impossíveis experiências e posso dizer-te que a depressâo ( que foi o meu diagnóstico) não é frescura, é uma situação fodi.. e se consegui chegar a bom porto foi porque tive que analisar, investigar, ouvir várias opiniões e escolher os melhores, dos melhores profissionais . Volto a dizer que não sou médico, nem terapeuta, nem expert na matéria, pertenço ao clube dos depressivos, mas cada caso é um caso e todos devem consultar os profissionais devidamente habilitados, com as certificações legalmente exigidas,  e inscritos nas respetivas ordens profissionais, nomeadamenta para a receita, ou redução de medicamentos ou outras substâncias. Bora para a frente Heavenhell  .

Ola ousadia...

Tens razão precisava mesmo de um guia. Não me importava que não fosse um psicologo cheio de diplomas na parede, provavelmente até preferia alguem mais proximo, um amigo ou algo do género. Sinto que perco parte do mundo por não ter muitos contactos, se calhar se tivesse poderia ter outras oportunidades na minha vida. Tenho umas más experiencias com psicologos no publico, e neste momento não tenho possibilidades economicas para procurar um adequado no privado. 
O unico acompanhamento que estou a ter é com a médica de familia para fazer o controlo dos medicamentos que ando a tomar o antidepressivo e o xanax. Com o antidepressivo até me tenho sentido mais alegre mas não resolve mesmo os problemas...Hoje estou a sentir-me particular-me em baixo, completamente arrasada e triste. 
A minha situação economica não é boa e neste momento estudo, mas sinto-me bastante infeliz com a escolha que fiz em relação ao curso. Iniciei hoje o 3º ano, mas quanto mais tempo passo lá, mais vejo que fiz a decisão errada, sinto-me extremamente infeliz e estou sempre, constantemente a ser atormentada pela culpa visto que sou eu a responsavel por ter feito aquela escolha e por ter desperdiçado já 2 anos da minha vida nisso... Só me apetecia tirar uma pausa. Hoje como foi o primeiro dia de aulas, está explicado porque me sinto mt em baixo, ainda para mais dormi pessimamente só consegui adormecer as 2h e pouco e tinha que acordar as 6h20, mas a meio da noite acordei várias vezes. Se tivesse escolha nao voltava lá... Já nao me sentia assim tão desmotivada e triste há meses... 

Gostava mesmo de ser como dizes e ter força para mudar a minha vida, mas como? Sinto-me fraca e incapaz...