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Carta de despedida: um negro gay, pobre e feio de São Paulo.

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Mensagem por MrMisantropico Qua Out 14 2015, 14:18

Um vazio... Sem motivação ou por que de seguir em frente. Acho que a única coisa que me move – movia – é/era o medo de não conseguir me matar e, sendo assim, ter perdido tempo com o nada... mas é isto que quero! Fazer nada. Ficar no ócio e deixar a tristeza me invadir. O trabalho e faculdade não me tiram esta vontade de morrer, mas elas ocupam muito meu tempo de pensar... As atividades nos fazem esquecer quem somos.

Estou cansado, esta é a verdade! Por que tenho que lutar por uma vida profissional excelente e alimentar minha mente, com coisas que não me importo, quando minha vida pessoal e meu corpo são uma droga? O mundo é belo, grandioso, uma sinfonia de cores e amores e seres... o problema é que eu não tenho a habilidade/dom de vivê-la. “Que tempos penosos foram aqueles anos - ter o desejo e necessidade de viver, mas não a habilidade.” Bukowski, Charles.

Sempre quis conhecer o mundo, ter amores, viver por um ideal e correr atrás de um sonho... e, claro, também as peripécias e dificuldades da vida; que chato seria ter uma vida completamente perfeita! Mas o problema é que só tive as peripécias.

Um dos meus medos quando tinha 15 anos – que me fazia querer morrer a cada instante – chegou e eu simplesmente não sei o que sentir sobre ele. Achava que quando chegasse esta hora eu já teria ido há muito, mas passo por isto com uma “indiferença” que me faz mal. Este medo que refiro é sobre os relacionamentos. Sabia que meu irmão, minha irmã e meu primo – que também considero como irmão – teriam seus respectivos amores... Também conjecturava que eles casariam, teriam filhos, suas famílias e eu... bom, eu ficaria sozinho. Com 15 anos conhecia minhas limitações. Sim, isto que está acontecendo! Meu irmão está noivo – orgulho da família -, minha irmã está quase indo morar com o namorado, meu primo – mais novo do que eu – já tem um amor... enquanto eu fui deixado de lado, esquecido pelo mundo.

Gostava de passar as tardes com meus irmãos, conversando, cantando, rindo... Eles faziam planos para o futuro, mas eu, desde aquela época, tinha consciência da minha insignificância e das minhas limitações... Então só os ouvia e às vezes, com raiva - de saber que eles poderiam alcançar estes sonhos e eu não podia nem sonhar –, era rude e tentava destruir isto.... TOLO! Peço perdão! Agora, sentado neste abismo, vejo que eu estava errado!

Desde sempre tenho autoconhecimento de mim mesmo. Como gostaria de ser como os outros! Simplesmente ser otimista quando tudo a sua volta é caos e volúpia, quando o sol não existe mais. Contudo, ainda ter esperança de que a luz da lâmpada, um dia, pode se tornar o sol... Eu simplesmente sei que a lâmpada nunca vai se tornar o sol. Falta-me a capacidade de sonhar para seguir em frente.

É difícil dizer as palavras certas - justo eu que sempre soube me expressar na escrita não consigo dizer o que quero! Desculpem-me a falta de coerência. Espero que o que eu diga seja mais importante do como eu digo... Com certeza não! Neste mundo – onde o TER é mais importante que o SER – as aparências, mesmo nestas horas árduas, prevalecem. E que venha os julgamentos!

Sou perfeccionista. Tudo tem que está nos meus moldes, do meu jeito que acho certo... Nada pode estar fora de ordem. Mas como isto é possível em mundo de caos? Em um mundo que os padrões que existem foram criados e são dinâmicos e não linear? Aos poucos fui me adaptando ao verdadeiro mundo, entendendo que este meu egoísmo está fora da realidade, mas, mesmo assim, doía ter que ver a casualidade e falta de linearidade das coisas. Entendia, mas não aceitava.

Sou narcisista-egoísta – redundância. Tenho que ser o centro, o apogeu das coisas, o prólogo e o fim... Mas como posso isto quando não tenho a aparência certa? Para ser narcisista, no mínimo, você tem que ser belo, mas eu... sou ABOMINÁVEL! E não venham dizer ao contrário! Vocês sabem disto, família, e já demonstrou várias vezes isto. Vocês sempre elogiavam a beleza dos meus irmãos, do meu primo e das pessoas à volta... Eu era sempre o “inteligente”... Não passava disto! E não venham dizer que a minha inteligência era ímpar a tal ponto que só ela destacava em mim. A verdade que a única coisa que restava em mim era isto.

Lembram-se da época que parei de brincar e, a partir de então, não saia mais de casa? Tinha sete anos – lembro-me muito bem – e via a diferença entre mim e as outras crianças. Elas eram felizes de um jeito puril e inocente. Elas brincavam e eram sempre elogiadas e amadas – não que não era amado... E eu nunca fui elogiado por ninguém sinceramente. Poucas pessoas viam valor em mim. Nesta época eu via claramente que eu não poderia ser como elas – as crianças. Era o esquisito e o “afeminado”... Um negro, feio, magricelo e, ainda por cima, AFEMINADO! Era tão óbvio enxergar isto em mim. Era tão CLARO! Exótico, estranho... E todos sabem que as crianças são sinceras e falam o que sentem SEM PESTANEJAR! E eu era o motivo da piada.  Na escola, na rua, quando passava perto de lugares; sempre fui humilhado! Os adultos também me maltratavam, me deixavam para baixo, me faziam me sentir um lixo! O que eu, uma criança, podia fazer? Enfrentar ou simplesmente fugir? Nunca fui forte o suficiente para enfrentar as pessoas, então fugi me trancando em casa, escondendo do mundo... E esta reclusão dura até hoje! Ainda me sinto como esta criança! Ainda sinto os olhares de desprezos e risos escondidos... Um mundo de sombras! As crianças, pelo menos, diziam o que sentiam na minha frente. Sim, doía, mas pelo menos sabia da onde vinham. Já os adultos... Esta guerra fria de olhares me mata dia após dia.

Há algo me faltando aqui dentro. Vivo de comparações, do que eu podia ser, do que poderia ter se fosse outra pessoa. Construí vários fakes durante esta existente medíocre, um placebo para preencher este vazio. No começo você se sente bem mais aos poucos vai percebendo que não é real; você vai se aproximando das pessoas e começa a gostar delas... Mas quando elas querem um contato “real” você simplesmente as apaga da sua vida. Isto que me tornei: um ser descartador de coisas e pessoas. Como não seria, se eu mesmo fui descartado?

Não culpo ninguém disto; muito menos a minha família. Vocês todos fizeram de tudo por mim, pela minha existência degradante. Viam em mim toda a dor que tinha e também não podiam fazer nada, então simplesmente se afastavam. É melhor fugir e não sentir mais nada, não ver para não sentir... Ditado clichê que cabe perfeitamente aqui: “O que os olhos não vêem o coração não sente”. Eu faria o mesmo. Ver alguém que amamos se autodestruindo é muito doloroso... Todos preparam seus filhos, amigos, sobrinhos, afilhados para enfrentar de frente os problemas e as pedras do caminho, e, quando podemos, tiramos estas pedras da estrada de quem amamos... Mas como podemos tirar um problema de uma pessoa que é o próprio problema?

O mundo segue girando e eu fiquei estacionado aqui. Contando as horas do dia para chegar o fim, esperando chegar à noite para deitar e simplesmente dormir – a melhor parte do meu dia que está se tornando um pesadelo; não consigo dormir! A minha mente me tortura. Eu sou meu próprio demônio! Apenas eu que posso me salvar, mas não sei se quero ser salvo e continuar um caminho miserável sem perspectiva... JURO que tentei ser feliz, mas tem gente que não nasceu com o “dom de viver” ...

A seleção natural também é isto: os mais fortes, emocionalmente, ou se adaptam a lamúria, lugubridade e a desesperança do mundo ou simplesmente são deixados de lado, vilipendiados, esquecidos, negligenciados... Em suma: mortos.

Não estou sendo contraditório! O mundo é belo sim, mas apenas para as pessoas que nasceram para ele, já para outros – como eu – o mundo assusta. Ele é grande, imenso e cheio de lugares para ser descobertos e coisas para serem aprendidas para uns, e para outros... é frio, terroso, cheio de pessoas desconhecidas, lugares e coisas que estão prontos para nos colocar para baixo. A história do copo meio cheio ou meio vazio, e isto não só depende de você, ao todo.

Como gostaria de ser amado pelas pessoas, querido por quem realmente sou! Que excepcional seria! Entretanto, a única coisa que as pessoas amam, no geral, é a beleza exterior... Hipocrisia dizer que a aparência não importa; santa hipocrisia! Ela (a aparência) é o primeiro ponto de contato entre as pessoas, e após isto estabelecem um contato mais “profundo” ... Mas agora percebo que mesmo as pessoas não tendo afinidades elas ainda estão juntas pelas aparências. Com meus fakes – todos belos – eu via a diferença de tratamento...

No mundo, no geral, há pessoas extremamente belas e outras EXTREMAMENTE feias, casos raros mas que existem. Entre elas, onde estão a maioria das pessoas, estão aquelas que não são nem tão belas e nem tão feias e podem encontrar-se mais facilmente.  As belas podem ter quem quiser, os “normais” – o que estão no meio desta linha – tem muitas possibilidades e os extremamente feios – como eu – são deixados de lado.

Ah, não posso esquecer de citar a minha homossexualidade. No início, não a aceitava – negro e homossexual, um prato cheio de preconceitos -, mas me aceitei e entendi que não há nada errado em amar outras pessoas, mesmo que sejam do mesmo sexo. Contudo, o mundo GLBT é fútil – principalmente em relação aos homens homessexuais... Não é novidade que homens são mais “físicos” – no sentido de se importarem mais com a aparência -, já os gays têm isto ao dobro! A idealização de homem do homem branco, olhos claros, corpo bombado, modelinho é muito forte! Parece que todos os gays só procuram isto – inclusive aqueles que se sentem inferiorizados por não terem esta aparência... E eu, totalmente fora deste padrão, não tivesse espaço para amar um outro homem... Talvez por também ser estigmatizado e estereotipado a beleza... Mas enfim... Quando gay e negro, logo esperam um “dote” gigantescos, e os poucos caras que vêm atrás de você querem apenas o teu “órgão” e nada mais! E quando não se tem o pênis gigantesco e não ser ativo? Nem precisa falar...

Estou chegando para o meu fim... Não sei se hoje, amanhã ou depois vou atentar contra a minha própria vida, mas estou chegando. Hoje tenho 20 anos, talvez vá embora aos trinta... Contudo, tenho que ir! Se deus existir – algo impossível... Talvez haja algo superior, mas não o Deus cristão bondoso, amoroso e fraternal... – ele não se importa com a Terra e não me condenará por este ato – como muitos dizem. Isto seria o livre arbítrio real: criação dos humanos e deixá-los se virarem sem intrometer com milagres, bênçãos, chagas... E eu “decidi” – não foi bem uma decisão, e sim consequências – de dormir eternamente... descansar.

Derrotado eu deixo todos vocês. Mas tudo bem, isto não fará diferença a ninguém! O mundo vai continuar girando sem mim; o mundo que tomou minha vontade de viver vai continuar o mesmo sem mim... Tomou-me tudo mas, mesmo assim, vai continuar indo em frente como se nada tivesse acontecido.

“A mortalha suicida eu visto com vergonha

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Carta de despedida: um negro gay, pobre e feio de São Paulo. Empty Re: Carta de despedida: um negro gay, pobre e feio de São Paulo.

Mensagem por O Feio Qui Out 22 2015, 16:42

Olá amigo,
Acredite, eu entendo pelo que você passa. Eu tenho 31 anos e desde minha adolescência eu convivo com a depressão precisamente por que sou feio e não consigo ter uma vida amorosa. Também já criei fakes de caras bonitos em sites de relacionamento e vi a forma que as mulheres os tratam. As mesmas mulheres que me ignoravam e desprezavam se tornavam totalmente disponíveis para homens que elas consideravam atraentes. Existe toda uma hipocrisia em torno dessa questão por que a maioria das pessoas não gosta de admitir que são fúteis a ponto de amarem uma pessoa apenas pela sua aparência, e que se elas não fossem atraentes não as amariam, é simples assim.

O amor funciona como um mercado, um mercado amoroso onde as pessoas são as mercadorias, pessoas belas tem alto valor nesse mercado e são disputadas, pessoas sem atratividade física tem baixo valor e ninguém as quer. É simples assim, nós sabemos disso.

Eu obtive sucesso em minha vida profissional e acadêmica, vivo relativamente bem materialmente, mas vivo em depressão e miséria emocional por ser rejeitado e desprezado pelas mulheres. Por algum tempo recorri à prostitutas, mas depois de um tempo você sente apenas um vazio pois o sexo por si só não é capaz de preencher o vazio emocional, aquela necessidade que temos de, como seres humanos, sermos amados e valorizados por outro.

Espero que você não desista, pois ainda é jovem. Há coisas que podemos melhorar em nosso aspecto físico, aumentando nosso valor no mercado amoroso e fazendo com que tenhamos mais chances de encontrar alguém que nos ame. Entre em uma academia, faça tratamentos na pele, nos dentes, no cabelo, enfim, não desista.

Abraço.

O Feio

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Carta de despedida: um negro gay, pobre e feio de São Paulo. Empty Re: Carta de despedida: um negro gay, pobre e feio de São Paulo.

Mensagem por Lunebleue Dom Out 25 2015, 21:21

As coisas não são assim tão simples, acreditem que há nuances...eu considero-me uma mulher bonita, os homens quando vêem fotos minhas na Net ficam muito interessados.
Dizem que as pessoas bonitas são melhor tratadas que as outras, que têm melhores notas na escola, que têm mais sucesso profissional. Opá, eu toda a vida fui maltratada.
Por outro lado, uma vez namorei com um gajo "gordo" e não estou a dizer que ele era "rechunchudo", era mesmo "gordo", já namorei com um gajo que tinha uma barriga de cerveja bem avantajada, um pénis minúsculo devido a uma operação qualquer que correu mal e com falta de dentes, e outro também desdentado e "feio" mas mesmo "feio". Porque é que eu namorei com eles !? Olhem, é o que acontece quando se tem uma autoestima baixa...
Sabem que mais ? Eles não davam valor nenhum ao que tinham. O gordo e o barrigudo, marcavam encontros comigo e depois nem se davam ao trabalho de aparecer. O feio com quem cheguei a viver 3 anos e a quem sustentei todo esse tempo, passava as noites na Net e os dias na cama...

Lunebleue

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