Antipsicóticos

Estava a fazer umas pesquisas na net devido a um trabalho que terei que fazer e deparei-me com esta normativa publicada pelo Ministério da Saúde que regula o uso de antipsicóticos. Tendo em conta que já vi aqui casos de pessoas que tomam esses medicamentos e visto que tinha a ideia prévia que eles eram apenas usados em situações drásticas de psicoses (que é muito diferente de se ter uma depressão ou episódios de ansiedade), acho interessante ler o documento: 

http://www.saudemental.pt/wp-content/uploads/2011/10/Normas-Utilizac%CC%A7a%CC%83o-Cli%CC%81nica-de-Antipsico%CC%81ticos_Direcc%CC%A7a%CC%83o-Geral-da-Sau%CC%81de.pdf

E já agora, esta noticia saiu há pouco nos jornais: http://www.rcmpharma.com/actualidade/medicamentos/21-02-14/infarmed-elevado-uso-de-tranquilizantes-e-problema-de-saude-public 

Para quem tiver pachorra fica aqui o link para o tal estudo feito pelo Infarmed:  

https://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/MONITORIZACAO_DO_MERCADO/OBSERVATORIO/ESTUDOS_REALIZADOS

A primeira não tem nada a ver com a segunda; já é conhecido o abuso de prescrições de benzos, principalmente pelos médicos de famíla/clínica geral.

Em relação aos antipsicóticos é um tópico interessante e gostava que partilhassem as vossas experiências se tiverem alguma.

Tomei PALIPERIDONA durante quatro dias. Tive uma surpresa desagradável com uma distonia aguda (os tais efeitos secundários extrapiramidais). Não fazia a mínima ideia o que era, tive uma grande dificuldade em procurar na internet já que não era capaz de estar sentado, só em pé (mal) ou deitado (melhor). O telefone da psiquiatra não atendia nem por nada, tive um medo terrível de sair de casa (nem era capaz de andar direito) para ir ao hospital, e ainda estava uma chuva terrível. Aguentei-me à bronca durante três dias e finalmente passou. Foi um autêntico terror. Só pensava que esta merda ia durar para sempre e me ia limitar a vida, até dificultar várias formas diferentes de suicídio.

Já tinha alguns problemas esqueleto-musculares-articulares, a partir daqui nunca mais fiquei bom.

A seguir receitaram-me SULPIRIDA. Parece que as minhas queixas entraram por um ouvido e sairam pelo outro. Também tive alguma dificuldade em expressar-me. Depois de alguma pesquisa decidi não tomar (Gato escaldado...)

Outra médica receitou-me AMISSULPRIDA numa dose relativamente baixa. Depois da research habitual resolvi tomar. Foi primeiro em ampolas (Socian, salvo erro) e depois em comprimidos de 50mg. Tomei AMISSULPRIDA 50 mg durante uns nove meses. Não senti grande melhoria em termos de depressão, capacidade de concentração e no sono. A verdade é que quando deixei de tomar comecei a sentir-me pior. Surpresa!

Agora iniciei OLANZAPINA. Tomo à noite com RIVOTRIL e continuo a não ser capaz de dormir (aqui estou eu em frente ao computador). Quando acordo e me levanto sinto algumas tonturas. O mesmo depois de estar sentado. A única melhoria que notei até agora é que os apitos que ouço na cabeça diminuiram de intensidade. Mas não é lá muito satisfatório para possíveis efeitos secundários.

Quem tiver experiências com OLANZAPINA ou outros antipsicóticos, estava intressado em ler.

Também gostava de adquirir o seguinte documento (h..........thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(13)60733-3/fulltext)[1], se houvesse mais quatro interessados a contribuir 5 euros alguém o poderia partilhar? Eu estou disponível para contribuir com 5.

Ola, 

Não, não tem nada a ver, o tópico deveria ser Antipsicóticos e ansiolíticos. As benzodiazepinas são ansioliticos não são antipsicóticos, mas foi mesmo só para não ter que abrir um novo tópico. 

Acho muito estranho a prescrição de antipsicóticos a pessoas que tenham apenas sintomas de depressão e ansiedade. Para isso é que servem antidepressivos e ansioliticos. E aliás já li que alguns autores defendem que o Hipericão deve ser a 1ª linha de tratamento para casos de depressão leve ou no caso da pessoa nao suportar bem os antidepressivos. 
Os antipsicóticos são supostamente para casos extremos de psicoses que frequentemente envolvem perda de contacto com a realidade como na esquizofrenia ou então alterações bruscas de humor como na doença bipolar. Mas no caso da doença bipolar parece-me que devem haver ai muitos exageros de diagnosticos, porque a situação tem que ser mesmo drástica para levar com esse tipo de medicação. 

Para os possíveis interessados encontrei o tal artigo de forma gratuita no Scribd. Procurem por "Comparative Efficacy and Tolerability of 15 Antipsychotic Drugs in Schizophrenia" no scribd e aparece como primeiro resultado.