Extra-sistoles, bromalex e desmame dificil

Olá a todos! pela primeira vez decidi participar no forum e contar a minha situação actual que está bem complicada e buscar se possivel um pouco de apoio, aquele apoio que só pode ser dado e compreendido por quem passa/passou por situações similares.

Sempre fui muito ansiosa, passei por muitos ataques de pânico, mas nos ultimos anos consegui controlar com exercicio fisico, uma atitude mental mais positiva e pontualmente com meio comprido de 1,5mg de Bromalex. Sim apesar de tudo tinha dependência deste comprimidinho, mas como não tomava todos os dias e tinha uma vida muito activa aos 51 anos tanto em termos profissionais, com um actividade exigente e com muita pressão, mas compensando com actividade fisica: nadando 2-3 vezes por semana, fazendo caminhadas/montanhismo, ciclismo, yoga e sentia uma alegria genuina, porque conseguia controlar a minha ansiedade, tendo uma vida "normal" com o meu marido e 2 filhos já na faculdade.

Em Março deste ano, foi-me detectado extra-sistoles ventriculares, o holter acusou cerca de 16.000 em 24 horas e 12 periodos de taquicardia ventricular, desde que sejam mais que 3 extrasistoles seguidas já é considerada taquicardia ventricular. O primeiro holter acusou um episódio de 20 seguidas o que pode ser bem perigoso....o resultado do exame foi conhecido na véspera de ir passar uma semana de férias fora de Portugal. Nesse dia fui proibida de vajar pelo cardiologista/arritmologisa que me viu de urgência. E começaram os exames e a medicação o Inderal como betabloqueador e o Bromalex 1,5mg 3 vezes por dia, para dar alguma calma. Fiquei proibida de fazer execicicio.

Depois de alguns exames( eco, ressonância) percebeu-se que o problema não é estrutural só electrico. Dava-me muito mal com o Inderal com sensações muito esquisitas pelo corpo. Em Maio e já com outro médido fiz um estudo electrofisiológico (são introduzidos uns electrodos até ao coração para mapear a parte electrica e se possivel "queimar" a zona que está a funciona mal) podendo mesmo curar de vez a situação. No meu caso o procedimento nao resultou.

Trocaram-me o Ideral por outro beta-bloqueador o Concor, para ajudar o coração a ter um ritmo mais controlado e os 3 Bromalex´s de 1.5 mg... continuaram.

Agora que comecei a tentar desmar o bromalex, tem sido muito complicado. Tomo 1 de manhã, outro ao almoço e outro ao jantar. Comecei a tirar aos quartos, mas o organismo tem-se ressentido e chego a ficar a noite inteira sem domir, o que é mau para o coração. E a seguir a uma noite mal dormida ou a um dia em que me sinto mais agitada chego a tomar 3mg, para compensar. O que desequilibra a dosagem e volto à dosagem anterior.

Sinto-me encurralada, por um lado quero reduzir/ desmamar o bromalex, por outro lado tenho que ter atenção com o coração. Não possso fazer exercicicio aeróbico, que me ajudava a diminuir a ansiedade e a "limpar a alma", só posso andar moderadamente e já voltei a fazer Yoga. Psicológicamente ainda não consegui equilibrar, porque ainda me custa aceitar as actuais limitações, o facto da ablação não ter sido bem sucedida, mas estou a melhorar. Já que não posso deixar o Concor , tenho que me libertar do bromalex.....mas as insónias totais e os picos de ansiedade durante o dia estão a deixar-me muito mal.

Não quero subir a medicação Bromalex, não quero introduzir outros medicamentos. E os médicos também não me estão ajudando. O cardiologista já disse para retirar o Bromalex, mas não se apercebe, nem tem tempo....para perceber que estou a ter dificuldades em fazer o desmame. Estou fazendo por mim e tendo algumas outras consultas para ter mais opiniões, porque penso que o Concor, também está influenciando negativamente em termo de efeios todo este processo....mas não o posso retirar.

Já vai longa, toda esta descrição....só quero acrescentar que há 15 anos trás tive um processo complicado com insónias, mas consegui ultrapassar e deixar a medicação forte de benzodizepinas que tomei na altura....tenho que acreditar que desta vez também vou conseguir, mas com mais limitações.....

Beli

que história, tens muitas extrasistoles. Não podes desistir de lutar pelo que queres

ricardocosta escreveu:que história, tens muitas extrasistoles. Não podes desistir de lutar pelo que queres

Sim mas com a medicação e com a ablação no ultimo holter, registou apenas cerca de 400 e três episódios de taquicardia ventricular e em periodos em que estava a andar. Quando no primeiro holter e num outro que fiz antes da ablação, até a dormir tive episódios de "runs" e aquela quantidade enorme de extrasistoles. Curiosamente "sinto" muito mais agora os sintomas das batidas irregulares e da falta de ar do que antes.....

....e a ansiedade com toda esta situação não está fácil de controlar....

imagino, eu tinha para ai 20 por dia, e ficava nervoso...imagino tu pensa positivo, diminuíram e muito

Uma sugestão promissora.
Passiflora incarnata e/ou Valeriana.
São fitoterápicos muito eficientes, converse com seu médico e paneje o desmame com a substituição gradativa da droga de ação central por uma associação dos fitoterápicos acima.

Boa sorte.

A yoga e a meditação podem te ajudar nessa situação que vives,tente passiflora com crataegus para ajudar na ansiedade e nas taquicardias.

Bom dia,

Depois do meu primeiro post em 2012, numa mais voltei a escrever aqui e gostava que a minha mensagem de hoje fosse diferente. Mas a minha vida está um caos e sinto-me completamente perdida.

Não consegui fazer o desmame do Bromalex. Faço reduções de 1/8 de comprimido e mantenho durante 2 semanas, até nova redução, mas nunca deixo de ter efeitos secundários, como seja uma ansiedade extrema, picadas no corpo, tinitus, pressão e formigueiros nas faces e lábios e sobretudo problemas de sono. Quando chego por volta das 3mg diárias ( 2 comprimidos de 1,5mg) começo a ter insónias totais.

Como tenho problemas de arritmia no coração (muitas extrasistoles ventriculares) não posso passar muito tempo sem dormir, e volto atrás e aumento a dosagem, normalmente atá aos valores inicias ( 4,5mg-6mg), que demorei cerca de 4 meses a reduzir  e depois recomeço novamente a reduzir.

Estou exausta e não sei como sair deste fosso. Dos médicos não tenho tido grande apoio, porque dizem que não tomo uma dose elevada e que os sintomas são da minha ansiedade extrema e que devo continuar com o ansiolitico sem o tirar. Trocar para Valium, ainda ninguém concordou.

Mas eu "sei" que os sintomas que sinto são essencialmente devidos à medicação, ou pelo menos exacerbados por ela.

Tomo um betabloqueador e sei que este tipo de medicação, também pode provocar transtornos no sono e depressão, pelo que me sinto "agarrada" e não sei como sair desta situação.

Hoje foi a terceira noite seguida em branco, pelo que hoje mais uma vez vou ter que aumentar a dose de ansiolitico durante o dia e re-começar tudo outra vez...

  

Beli

Beli, e tudo tão complicado, não e? Pensávamos que, nesta idade, tudo estaria feliz e tranquilo e depois cai tudo em cima. Não tenho os seus problemas mas estou a lutar com uma depressão ( a segunda...) e sinto-me muito sozinha. Não sei, acho que deve ser viver um dia atras do outro, acho eu.
Força para si.

Obrigado mma, é sempre um conforto receber uma mensagem ao nosso desabafo. Também penso que devemos viver um dia de cada vez, só que hás vezes sentimos tantas sesações e emoções num só dia, que quase parece um grande período de vida.

Neste momento a minha grande luta, é mesmo deixar o Bromalex, porque sei, "sinto" que 99% das sesações fisicas estranhas que tenho no corpo e as insónias são resultantes da tentativa de desmame do medicamento. Hoje já dormi, porque ontem aumentei a dose...

Para ti, desejo tudo de bom e que consigas, com calma e persistência enfrentar a depressão, deixar a medicação e conseguires saborear a vida. E não sintas te sintas só. Procura a alegria e o conforto nas pequenas coisas da vida.

é dificil sua condição , mas com esse problema de coração , acho que agora não é hora de tirar o bromalex , espere até vc melhorar das insônias e ansiedades ai depois vc vai tirando aos poucos ( baixando a dose ) , vc vai conseguir ....

Infelizmente também sofro desse problema embora o meu ultimo holter tenha acusado cerca de 5000 nas 24h. Tomo Concor 5mg por dia e sedoxil 2,5x por dia e ainda Victan em SOS. Frequento a consulta de arrimologia de um Hospital e apenas me foi indicado que fizesse exercício físico. Em paralelo faço tratamento psiquiatrico para a ansiedade mas sem grandes resultados. Tenho 56 anos e não bebo alcool ou cafeína nem fumo. Vou passando uns dias melhores e outros piores.

Boa tarde,

É bom ler o relato de pessoas que passam por situaçõe semelhantes à nossa, percebemos que não estamos sózinhos...também não bebo alcool ou cafeína e não fumo. E o meu betabloqueador é também o Concor 2,5mg, porque tenho tensão baixa e não consigo aguentar uma dose mais elevada.

Os meus ultimos holter´s também acusaram menos à volta das 3000 - 4000. Aliás hoje mesmo coloquei o aparelho, para mais um controlo. Já fiz dois estudos electrofisiológicos com ablação e ambos não resultaram!! Também sou seguida num hospital por um médico arritmologista.
No meu caso o pior não é o número de extrasistoles, mas o facto de fazer perídos de "run", estrasistoles seguidas o que já é considerado mais perigoso. O coração até agora tem estado estruturalmente bem...mas com todo este processo não sei.

Depois de saber o resultado deste holter vou fazer um ecocardiograma de controlo. Há 2 anos atrás fiz RMagnética.

Exercicio só moderado, por causa dos periodos de"runs" que faço....

Existem grupos de apoio em português BR e espanhol a este problema no facebook. Aí se trocam informações sobre o assunto e se dá e se recebe apoio. No entanto caso exista uma componente de ansiedade convém levar uma vida o mais tranquila possível sem pensar muito no assunto. No meu caso sou maioritariamente assintomático pelo que se não usar o medidor de tensão para ver como está o ritmo cardíaco quase nem dou por elas. Tento aproveitar bem a vida dentro dos meus limites pois sei que não vou durar para sempre (embora tenha conhecimento de casos de extra-sístoles com mais de 30anos!!! o que na nossa idade remete lá para os 85 anos o que seria um bom tempo de vida). Infelizmente nas minhas pesquisas não encontrei qualquer cura para este problema que aparece e desaparece um tanto inexplicávelmente.É assim e temos que aceitar tendo em conta que existem doenças bem piores. Um dia de cada vez

É mesmp um dia de cada vez....

Eu sou quase sempre sintomática, tenho muita ansiedade e insónias terriveis, os meus dias são muito complicados, porque tenho muitos sintomas fisicos,que não têm própriamente a ver com o sentir a arritmia,  e ninguém me tira da cabeça, que alguns resultam dos efeitos secundários dos medicamentos, o que não ajuda.

Sempre tive problemas (reações secundárias) com medicamentos, mesmo com aqueles banais tipo paracetamol.

Daí a minha vontade em reduzir o ansiolitico, já que o betabloqueador não posso. Já tomei Inderal e era muito muito mau, tive que mudar para o Concor.

Por outro lado já estou dependente do Bromalex, nem noto já que me acalme. O organismo já se deve ter habituado à medicação. Sinceramente não sei muito bem até quando vou aguentar, todo este mal estar...

Deve tentar controlar a ansiedade recorrendo a ansioliticos (há quem os tome toda uma vida) ou terapias alternativas (yoga, reiki, meditação...) pois muita ansiedade provoca mais extra sistoles e mais extra sistoles provocam mais ansiedade entrando assim num circulo vicioso dificil de quebrar.

Eu sei que a ansiedade é muito má neste processo. E tento controlar com exercios de respiração lenta, também faço meditação e Yoga.

Mas estou com muitos sintomas fisico, tremuras nas pernas, e dentes, picadas/parestesias no corpo, problemas de sono, não sei se não haverá também alguma descompensação de oligoelementos ou hormonal ou outra coisa qualquer.

podias fazer meditação...

Já faço meditação jojoo. O processo é complicado porque sou muito sensivel à medicação e como tenho milhares de extrassistoles por dia, tenho que ter algumas precauções em mexer e tentar diminuir a medicação.

fogo tantas extrasistoles é estranho... isso sera mesmo so da ansiedade?

vês este meu topico..perguntei-te uma coisa ontem 
https://clix.forumeiros.net/t1675p15-hotler-24-horas#20842

Olá, numa pesquisa sobre o Bromalex encontrei este fórum.
Não, não tomo Bromalex, mas também tenho extra sístoles. Problema puramente eléctrico. Já por mais do que uma vez tive fibrilhação auricular. Por agora, dizem, paroxística, mas com o tempo pode tornar-se permanente. Irei equacionar a ablação por cateter, se a situação se repetir.
Feita a introdução, queria apenas dizer que tenho andado a tomar Espinheiro Branco (Hawthorn), que se vende em casas de produtos naturais. Sinto uma grande diferença nas extra-sistoles, entretanto não fiz mais nenhum holter, mas não sinto aquelas "cambalhotas" no peito como sentia anteriormente. Para já sinto-me bem e vou continuar. Um dia de cada vez.

Sentes assim tanta diferença ao tomar isso? Tenho tido extrasistoles estes dias, acho que também deriva muito da ansiedade embora também tenha um prolapso mitral com regurgitação muito ligeira.