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ARTIGO QUE TODOS DEVIAM LER
4 participantes
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ARTIGO QUE TODOS DEVIAM LER
http://www.deco.proteste.pt/saude/medicamentos/noticia/ansioliticos-e-antidepressivos-a-mais
Vitor- Moderador
- Mensagens : 894
Reputação : 85
Data de inscrição : 18/01/2012
Localização : Algarve
Re: ARTIGO QUE TODOS DEVIAM LER
Vitor escreveu:
http://www.deco.proteste.pt/saude/medicamentos/noticia/ansioliticos-e-antidepressivos-a-mais
Das melhores, se não a melhor, entrevista que já li sobre este assunto. Lúcido, realista e sobretudo fiquei admirado como pode ele ser tão sincero de admitir as falhas dos colegas de profissão. Parabéns pela partilha
FSL- Mensagens : 518
Reputação : 73
Data de inscrição : 05/07/2012
Re: ARTIGO QUE TODOS DEVIAM LER
deve pertencer aqui ao nosso grupo
alguns highlights
"Os problemas de saúde mental, se encarados seriamente, implicam tempo... é preciso dar espaço para que a pessoa diga o que está a acontecer na sua vida e para debater soluções."
upsss:
"Qual seria a solução?
Era preciso que a formação dos psiquiatras e de outros médicos na área da saúde mental fosse mais abrangente, menos focada na intervenção psicofarmacológica. Esta é importante, mas não a única via. O equilíbrio entre a medicação e as outras intervenções é difícil, porque entram aqui muitos fatores. É preciso ter em conta, por exemplo, que grande parte da formação pós-graduada dos psiquiatras nas últimas décadas foi paga pelas empresas farmacêuticas. Obviamente, isso tem consequências nas suas orientações terapêuticas. A classe conseguiu não se deixar controlar completamente, mas é um fator influente."
"Também há que pesar as expectativas dos doentes. Existem dois tipos de doentes: uns têm uma atitude clara contra a medicação, outros, expectativas excessivas e acreditam que, por tomarem um comprimido, a vida muda. Ambas são irrealistas e é preciso saber geri-las da melhor forma na consulta."
novas abordagens, que eu já uso com a minha nova psicóloga:
"Não me parece que deva existir mais psicoterapia formal, estruturada, de forma rígida, em 12, 20 ou 25 sessões. Mas os psiquiatras devem estar atentos aos casos da vida e intervir de uma forma a que gosto de chamar psicoterapêutica, mas que não passa pela tal estrutura rígida. "
e para terminar:
"A Agência Europeia do Medicamento recomenda um máximo de 12 semanas para o tratamento com benzodiazepinas (ansiolíticos), mas muitos inquiridos afirmam tomá-las há mais de um ano. O que está errado?
Teórica e tecnicamente, a toma prolongada é um erro. Mas alguns doentes deixam de dormir, se não tomarem a pequena dose a que estão habituados ao deitar. Penso que terão sido estes que apanharam no estudo.
O ideal seria ensinar-lhes outras estratégias de sono. Se estivermos constantemente a pensar em dormir, não o conseguimos: para pensar, temos de estar acordados.
Há pessoas que têm dificuldade em adormecer porque vão ruminar para a cama, isto é, quando se deitam começam a pensar nos problemas do dia seguinte, ou naquilo que os preocupa. Isto vai impedi-los de adormecer. Há métodos para corrigir isso, mas é preciso conhecê-los e treiná-las. Uma boa higiene do sono é muito importante para se ter um sono reparador. Por vezes, é difícil convencer os doentes a passar por esse período de aprendizagem.
Quais são as consequências da toma prolongada?
Segundo alguns estudos, tomar doses médias ou elevadas de benzodiazepinas durante anos pode ter consequências negativas para a memória. Não conheço estudos que avaliem o efeito de uma dose mínima ao deitar. Na minha experiência, conheci muita gente que as tomou durante anos seguidos sem que os efeitos fossem óbvios. Mas estamos num terreno movediço.
Já o uso de doses elevadas, durante o dia, para controlar a ansiedade é errado. Na minha prática clínica, faço tudo para evitá-lo. Agora, estou a seguir um doente que tomava 48 miligramas de bromazepam por dia, há 20 anos [nas situações mais usuais, utilizam-se 3 a 9 miligramas]. É um homem obsessivo, que catastrofiza tudo o que lhe acontece, pelo que a solução foi darem-lhe ansiolíticos. Depois, começou a automedicar-se, chegando àquelas quantidades. Estamos a tentar reduzir devagarinho, 9 miligramas por semana.
A maioria dos doentes que toma doses altas fá-lo em automedicação. Há os que levam a receita e aumentam a dose por iniciativa própria, os que compram na farmácia sem receita, etc.... Além disso, em quase todas as famílias portuguesas há alguém que toma benzodiapezinas e que dispensa uns comprimidos a quem não tem recomendação médica para tomá-los.
Alguns medicamentos destes são propícios a abusos. É o caso das benzodiazepinas com semivida curta, ou seja, que têm uma ação muito rápida e forte, mas cujo efeito cai abruptamente. Quando isso acontece, a ansiedade aumenta e a pessoa tende a tomar mais para manter os resultados. Estes medicamentos apresentam maior potencial para criar dependência. "
grande artigo
alguns highlights
"Os problemas de saúde mental, se encarados seriamente, implicam tempo... é preciso dar espaço para que a pessoa diga o que está a acontecer na sua vida e para debater soluções."
upsss:
"Qual seria a solução?
Era preciso que a formação dos psiquiatras e de outros médicos na área da saúde mental fosse mais abrangente, menos focada na intervenção psicofarmacológica. Esta é importante, mas não a única via. O equilíbrio entre a medicação e as outras intervenções é difícil, porque entram aqui muitos fatores. É preciso ter em conta, por exemplo, que grande parte da formação pós-graduada dos psiquiatras nas últimas décadas foi paga pelas empresas farmacêuticas. Obviamente, isso tem consequências nas suas orientações terapêuticas. A classe conseguiu não se deixar controlar completamente, mas é um fator influente."
"Também há que pesar as expectativas dos doentes. Existem dois tipos de doentes: uns têm uma atitude clara contra a medicação, outros, expectativas excessivas e acreditam que, por tomarem um comprimido, a vida muda. Ambas são irrealistas e é preciso saber geri-las da melhor forma na consulta."
novas abordagens, que eu já uso com a minha nova psicóloga:
"Não me parece que deva existir mais psicoterapia formal, estruturada, de forma rígida, em 12, 20 ou 25 sessões. Mas os psiquiatras devem estar atentos aos casos da vida e intervir de uma forma a que gosto de chamar psicoterapêutica, mas que não passa pela tal estrutura rígida. "
e para terminar:
"A Agência Europeia do Medicamento recomenda um máximo de 12 semanas para o tratamento com benzodiazepinas (ansiolíticos), mas muitos inquiridos afirmam tomá-las há mais de um ano. O que está errado?
Teórica e tecnicamente, a toma prolongada é um erro. Mas alguns doentes deixam de dormir, se não tomarem a pequena dose a que estão habituados ao deitar. Penso que terão sido estes que apanharam no estudo.
O ideal seria ensinar-lhes outras estratégias de sono. Se estivermos constantemente a pensar em dormir, não o conseguimos: para pensar, temos de estar acordados.
Há pessoas que têm dificuldade em adormecer porque vão ruminar para a cama, isto é, quando se deitam começam a pensar nos problemas do dia seguinte, ou naquilo que os preocupa. Isto vai impedi-los de adormecer. Há métodos para corrigir isso, mas é preciso conhecê-los e treiná-las. Uma boa higiene do sono é muito importante para se ter um sono reparador. Por vezes, é difícil convencer os doentes a passar por esse período de aprendizagem.
Quais são as consequências da toma prolongada?
Segundo alguns estudos, tomar doses médias ou elevadas de benzodiazepinas durante anos pode ter consequências negativas para a memória. Não conheço estudos que avaliem o efeito de uma dose mínima ao deitar. Na minha experiência, conheci muita gente que as tomou durante anos seguidos sem que os efeitos fossem óbvios. Mas estamos num terreno movediço.
Já o uso de doses elevadas, durante o dia, para controlar a ansiedade é errado. Na minha prática clínica, faço tudo para evitá-lo. Agora, estou a seguir um doente que tomava 48 miligramas de bromazepam por dia, há 20 anos [nas situações mais usuais, utilizam-se 3 a 9 miligramas]. É um homem obsessivo, que catastrofiza tudo o que lhe acontece, pelo que a solução foi darem-lhe ansiolíticos. Depois, começou a automedicar-se, chegando àquelas quantidades. Estamos a tentar reduzir devagarinho, 9 miligramas por semana.
A maioria dos doentes que toma doses altas fá-lo em automedicação. Há os que levam a receita e aumentam a dose por iniciativa própria, os que compram na farmácia sem receita, etc.... Além disso, em quase todas as famílias portuguesas há alguém que toma benzodiapezinas e que dispensa uns comprimidos a quem não tem recomendação médica para tomá-los.
Alguns medicamentos destes são propícios a abusos. É o caso das benzodiazepinas com semivida curta, ou seja, que têm uma ação muito rápida e forte, mas cujo efeito cai abruptamente. Quando isso acontece, a ansiedade aumenta e a pessoa tende a tomar mais para manter os resultados. Estes medicamentos apresentam maior potencial para criar dependência. "
grande artigo
mrbombas- Mensagens : 861
Reputação : 90
Data de inscrição : 31/07/2013
Idade : 41
Localização : Fátima
Re: ARTIGO QUE TODOS DEVIAM LER
Gostei muito, porque vai de encontro ao que defendo:primeiro ver o que provoca a ansiedade ou depressão, e tentar resolver ou aceitar esse problema, e em caso persistente consultar, solicitar ajuda psicologica e medicação pelo periodo mais curto possivel, mas sempre "de mãos dadas" com força de vontade de vencer esta doença....
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